Design

Criação de Logo: 5 princípios da Gestalt que devem ser considerados no design

Uma imagem vale mais do que mil palavras e os princípios da Gestalt podem provar isso. Na criação de logo ou em outro conteúdo visual, é funda...

Por Francis Trauer - Dia 30 de Apr de 2020 às 00:04

Uma imagem vale mais do que mil palavras e os princípios da Gestalt podem provar isso. Na criação de logo ou em outro conteúdo visual, é fundamental estabelecer uma conexão com o receptor para que a mensagem transmitida tenha sucesso. 

O que é Gestalt e quais são os princípios que devem ser considerados no design

Neste artigo, vamos discorrer sobre o assunto para que você entenda o que é a teoria e como ela pode transformar a forma como sua empresa se comunica.

Seja em conteúdo visual por imagens, infográficos, e-books, peças gráficas ou no processo de criação de logo e identidade visual  — a base para qualquer material — pensar na teoria de Gestalt, criada pelo psicólogo Max Wertheimer é entender como o cérebro humano funciona e qual é a forma mais interessante para atraí-lo.

A criação de logo é um exemplo muito claro do que pode chamar atenção do público de forma imediata. 

Ao pensar em uma marca famosa como o McDonald’s, qual é a imagem que vem à sua mente? Além da rede de fast food, vale fazer um exercício com outras empresas e serviços.

Por que uma logo pode funcionar melhor do que outra? Quais são as melhores cores e formatos para utilizar em uma peça? Para responder esses questionamentos, separamos 5 princípios da Gestalt que devem ser considerados no design.

Criação de logo x princípios de Gestalt

Não há como falar dos princípios de Gestalt sem entender o que diz essa teoria. Com origem alemã, a palavra Gestalt quer dizer figura ou forma.

Em 1920, Berlim efervescia com o movimento  da Psicologia da Gestalt que tinha como principal objetivo analisar o processo da percepção humana. 

Ou seja, a psicologia é uma área que ajuda os criativos a entenderem o que influencia a decisão de uma compra, o que atrai, o que repele ou quais são os sentimentos e efeitos que um conteúdo visual pode despertar.

Por isso, o processo de criação de logo e outros materiais fica mais assertivo a partir dessa teoria. Os princípios Gestalt que podem ser considerados no design são:

  • Proximidade.
  • Similaridade;
  • Fechamento;
  • Continuidade;
  • Simplicidade.




Lei de Prägnanz: o que é e qual é a relação com Gestalt?

Do alemão, Prägnanz significa “boa figura”. Essencialmente, essa lei afirma que todos os objetos e figuras são vistos da forma que enxergamos porque foram confeccionados de forma harmoniosa.

No entanto, se pegarmos uma lupa e observamos de perto cada figura, logotipo ou outro objeto, é possível perceber que há várias formas, linhas e texturas que juntas compõem uma unidade. 

Por isso, se uma figura gráfica é boa, certamente foi cumprida a lei de Pragnanz. E harmonia tem tudo a ver com os princípios de Gestalt que devem ser considerados no design.

Princípios Gestalt que devem ser considerados no design

 Para que fique mais claro o que cada princípio representa. Veja os exemplos a seguir.

1. Proximidade

Entre os princípios Gestalt que devem ser considerados no design na criação de logo e outras peças gráficas é a proximidade. Segundo a teoria, elementos próximos criam uma sensação maior de harmonia e isso reforça a leitura no cérebro humano.

Exemplo de elementos próximos no design de logos.Imagem: 4ED

É por isso que profissionais que trabalham com design podem usar esse recurso para a criação de logo, identidade visual e tipografia. Veja um exemplo que traduz esse princípio:

Logo da Unilever.

Imagem: Logo Unilever

O logotipo da Unilever tem forma de U e apesar da diversidade dos elementos, o conjunto é harmonioso.

2. Similaridade

A similaridade é um dos princípios mais aplicados no design. Como o próprio nome diz, essa técnica consiste na união de elementos similares, em fatores como:

  • Cor;
  • Tamanho;
  • Textura;
  • Orientação;
  • Fonte.

Exemplo de similidade de elementos no design de logos.

Imagem: 4ED

Quando os itens são agrupados, a criatividade pode ser melhor explorada em determinadas peças. 

Imagem: Logo Red Bull

Em uma logotipo, por exemplo, a convergência entre o formato da ilustração ou símbolo e a fonte é algo que traz uma sensação visual mais agradável aos olhos do consumidor. Em uma imagem criada a partir de uma forma, é possível criar outras imagens de forma harmoniosa e isso chama atenção.

3. Fechamento

Você sabia que o nosso cérebro pode concluir formas, mesmo que elas estejam inacabadas? O fechamento é um dos princípios Gestalt que comprova essa afirmação.

Comparação entre o contorno de um quadrado e o quadrado completo que nós enxergamos.

Imagem: 4ED

Você não precisa ver todas os elementos para conseguir enxergar a peça inteira e isso ocorre por causa dos padrões sensoriais que formam a mente humana.

Logo do Carrefour.

Imagem: Logo Carrefur

Você consegue ver a letra C?

Quando esse princípio é aplicado na criação de logo ou em outros conteúdos visuais, o resultado pode ser bem interessante. 

4. Continuidade

O título é quase autoexplicativo. A continuidade é um sistema dentro dos princípios da Gestalt que afeta a percepção humana em relação à harmonia na visualização das linhas, formas, cores e planos. 

Exemplo de continuidade de elementos no design de logos.

Imagem: 4ED

 Exemplo: ao visualizar uma logo, você provavelmente não perceberá as linhas fechadas e formas que a compõem. A tendência é enxergar a sequência de cores e a composição de modo ininterrupto.

Logo da Amazon.

 Imagem: Logo Amazon

 Isso só acontece quando a peça criada tem uma boa continuidade. É importante destacar que tanto a sequência segue uma linha de fluidez visual neste caso.

5. Simplicidade

Por fim, a lei da simplicidade diz que independente da forma, todo estímulo visual de uma peça é identificado a partir do elemento mais simples. 

Palavra "time" com ponteiros de relógio no lugar da letra I.

Imagem: A mente Maravilhosa

Ao visualizar um banner que destaca o desenho de uma casa, por exemplo, é natural que o receptor veja o todo primeiro em vez dos detalhes como os vidros de uma janela ou a maçaneta de uma porta.

O mesmo princípio defende que as figuras mais complexas precisam de um tempo maior para análise do receptor.

Agora que você já conhece os 5 princípios da Gestalt que devem ser considerados no design, é possível recapitular uma das reflexões iniciais do artigo. Por que uma logo pode funcionar melhor do que a outra? Quais são as melhores cores, formatos e elementos para destacar em uma peça?

Ao usar a lei da simplicidade para criar uma logo, por exemplo, o designer pode fazer uma combinação mais criativa dos objetos (ícones, letras, formas e desenhos) sem “poluir” a peça e chamar atenção por apresentar algo “fora da caixa”.

A proximidade e o agrupamento dos itens visuais com  a tipografia facilitam a leitura de uma logotipo e isso é essencial para que uma marca seja fixada na cabeça do consumidor. 

No caso da similaridade,  a combinação de cores e elementos parecidos, de forma criativa chama atenção e ao mesmo tempo não deixa a peça “carregada”. 

Por fim, são muitas possibilidades, mas conversar com um profissional de design é a melhor solução para entender as particularidades do seu projeto e aplicar o princípio da Gestalt mais estratégico.

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