Redes Sociais

O grande novo produto do Facebook é uma Plataforma de Efeitos de Câmera

Mark Zuckerberg, o fundador e CEO do Facebook, subiu no palco do Facebook F8, o maior evento anual da empresa, para apresentar a nova visão da red...

Por Francis Trauer - Dia 19 de Apr de 2017 às 01:04

Mark Zuckerberg, o fundador e CEO do Facebook, subiu no palco do Facebook F8, o maior evento anual da empresa, para apresentar a nova visão da rede social daqui em diante. E ela se trata de uma Plataforma de Efeitos de Câmera aberta para reduzir custos e gerar muito mais conteúdo em realidade aumentada.

Ainda em março, o Facebook apresentou o novo modo câmera dentro do seu app móvel que permite compartilhar fotos e vídeos usando máscaras, molduras e filtros interativos de artistas e personagens do cinema — algo que muitos viram como uma cópia descarada do Snapchat.

Não é para menos, interações em vídeo e fotos estão em alta e são o principal modelo de monetização de seu rival, a Snap Inc., que inclusive fez seu IPO na Bolsa de Valores de Nova Iorque no primeiro trimestre de 2017. Ir por esse caminho é necessário para manter o público mais envolvido e também para atrair mais marcas e mais empresas. Mas como o Facebook pode vencer esta batalha?

Novo ecossistema via Plataforma de Efeitos de Câmera

Na visão estratégica da rede social, é necessário ampliar o ecossistema de conteúdos multimídia. Os apps de máscaras e filtros são sempre os mais populares das lojas de aplicativos, contudo oferecem apenas uma dúzia de opções devido ao alto custo de desenvolvimento, exigindo software e mão de obra qualificada.

É pensando nisso que a empresa resolveu abrir a caixa de pandora e anunciar o Camera Effects Plataform (Plataforma de Efeitos de Câmera), um ecossistema que enxerga na realidade aumentada um grande potencial de escala, porém para conseguir atrair conteúdo é necessário ter criadores…

Por isso a empresa trabalha com duas novas ferramentas criativas gratuitas que vão permitir à comunidade criar um espectro completo de efeitos de câmera, desde molduras simples até experiências completas e interativas em AR (realidade aumentada). É como combater o Snapchat (que possui algumas dezenas de máscaras e filtros) com milhões de novas possibilidades.

Vamos conhecer as ferramentas?

1. Frame Studio

O Frame Studio é uma ferramenta web no qual qualquer perfil ou página do Facebook pode criar molduras para fotos de perfil ou via nova câmera do Facebook. É exatamente aquela ferramenta que o app móvel para Android e iOS ganhou quando você desliza o dedo para a esquerda.

As molduras criadas no Frame Studio aparecem na opção câmera de amigos ou fãs das páginas. Esses efeitos vão incluir o nome do criador tanto no vídeo como no post do Feed de Notícia. As molduras seguem as mesmas diretrizes do Facebook, portanto não podem incluir logotipos ou marcas registradas a não ser que sejam pré-aprovadas pela rede social.

O Frame Studio já está disponível a todos! Por meio dele, você pode escolher uma cor de background, uplodear uma arte, dar mais detalhes sobre a criação e enviar para aprovação. Se aprovado, o tema aparecerá na câmera do seu Facebook ou em temas da foto do perfil para seus amigos, familiares e fãs usarem.

2. AR Studio

O AR Studio é um software para criação de realidade aumentada que se encontra em versão beta fechada para macOS. Ele permite que artistas e desenvolvedores possam criar suas próprias experiências AR com molduras animadas, máscaras e efeitos interativos que respondem ao movimento, ação dos espectadores em transmissões ao vivo (live) e a dados de terceiros.

Todo o conteúdo produzido a partir do AR Studio estará disponível na nova câmera do Facebook posteriormente, permitindo que você crie fotos, vídeos ou transmissões ao vivo. O Face explica que a plataforma em beta possui três elementos-chave:

  1. Face Tracker: algoritmo computacional que interpreta o que a câmera exibe em tempo real e pode rastrear o rosto, permitindo assim que criadores façam máscaras para se encaixar e responder aos movimentos faciais sem escrever uma linha de código sequer.
  2. Sensor Data: permite aos desenvolvedores criar efeitos no qual as pessoas podem mover o smartphone ao redor de um mundo completamente virtual projetado.
  3. Scripting APIs: são APIs que possibilitam acessar e baixar dados das ações dos usuário para modificar o efeito em tempo real.

Falamos mais detalhadamente sobre o AR Studio neste post. Na demonstração de hoje, a empresa mostrou parceiros como a GIPHY, os times Manchester United e Real Madrid, a Nike, a TripIt, a Liga da Justiça da Warner Brothers e o jogo Mass Effect: Andromeda da EA usaram o AR Studio para criar efeitos de câmera para envolver suas comunidades.

O que já posso usar na minha empresa?

Como parte do programa beta do AR Studio, novos efeitos foram disponibilizados para quem já usa o Facebook Live. Quem se cadastrar e se tornar um desenvolvedor de efeitos já pode criar, em tempo real, efeitos para usar em transmissões ao vivo.

Algumas das opções já disponíveis são efeitos para que o criador responda, em tempo real, o que está acontecendo na transmissão, como quantas pessoas estão assistindo e o que estão dizendo nos comentários. Esse tipo de interação deve tornar as lives ainda mais envolventes.

Quer uma ideia? Veja então as ações que as páginas do This or That e o Giphy LIVE criaram hoje. Ambos os efeitos:

GIPHY LIVE: enquanto faziam uma transmissão ao vivo, as hashtags mais comentadas em tempo real surgiam no vídeo e permitiam ao produtor selecionar uma delas para mostrar um GIF relacionado a esse tópico com muito mais dinamismo.

This or That: a página que é famosa por fazer enquetes permitia que os espectadores interagissem ao vivo exibindo suas escolhas de votação também por meio de hashtags.


O discurso do Facebook

Para Mark Zuckerberg, a visão do futuro envolve “muito menos coisas”. Como assim? Ele explica:

“'Pense em como muitas coisas que você usa não precisam ser físicas' e continua: 'Quer jogar um jogo de tabuleiro? E se você deslizasse apenas um dedo e ele estivesse lá? E se você quisesse ver televisão e apenas com um movimento ela aparecesse na sua parede? Você não precisa de uma TV física, você pode comprar apenas um app de um dólar com a TV para colocá-la na parede'”

É claro que este é um sonho ainda distante e que muitos diriam ser lisérgico se ouvissem, mas o ponto do CEO de 32 anos é o seguinte: em algum momento teremos óculos e lentes de contato capazes de projetar objetos digitais via software que vão revolucionar o mundo . Porém, esse dia ainda não chegou.

Portanto, é preciso começar por algo incipiente, desbravar mares ainda turbulentos. É assim que o Facebook enxerga o futuro da realidade aumentada. “As ferramentas de hoje ainda são muito primitivas”, fazendo referência aos filtros de rostos e jogos como Pokémon GO. “E as pessoas ainda usam ferramentas primitivas não porque elas preferem ferramentas primitivas. Elas usam porque este é o início de uma jornada que precisa de ferramentas melhores. Uma parte essencial desta jornada é criar uma plataforma aberta que qualquer desenvolvedor possa criar qualquer coisa que queira”, finaliza Zuckerberg.


A realidade aumentada tem um potencial de aplicação corporativa imenso, desde leitura e envio de emails até o desenvolvimento de carros e naves. É por isso que a empresa acredita mais na realidade aumentada (AR) do que até mesmo na realidade virtual (VR), que ainda investe bastante. Desenvolver para ambos exige criar dois produtos separados e por isso o Facebook vai se posicionar desta forma.

Sendo assim, esteja preparado para a enxurrada de conteúdo interativo que veremos nos próximos meses. Será que o momento da AR realmente chegou? Deixe sua opinião nos comentários!

Fonte: Facebook

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