Tecnologia

Apple deixa de fabricar iPads no Brasil devido à queda da demanda

A venda de tablets está em desaceleração no mundo todo. Os motivos são vários, mas o principal vilão é o crescimento da tela dos smartphones...

Por Francis Trauer - Dia 27 de Apr de 2017 às 03:04

A venda de tablets está em desaceleração no mundo todo. Os motivos são vários, mas o principal vilão é o crescimento da tela dos smartphones. No Brasil, o resultado desta desaceleração surtiu efeito no começo deste ano: cerca de 70 funcionários da fábrica Foxconn de Jundiaí, em São Paulo, tiveram sua demissão atrelada ao encerramento da produção do iPad no país.

Podemos citar também o fato da qualidade de durabilidade de aparelhos, como o do líder de mercado, o iPad. Seu tempo de vida útil hoje se assemelha mais ao de um notebook do que um celular. Logo, as pessoas demoram alguns anos para finalmente adquirir uma versão mais moderna, o que encolhe a demanda.

Segundo o jornal Gazeta do Povo, fontes que pediram para manter o anonimato confirmaram que a linha de montagem do tablet da Apple está desativada há mais de 20 dias e que 70 dos 130 funcionários pertencentes à esta linha de produção foram demitidos.

A versão brasileira

O iPad é o líder disparado quando o assunto é tablet, mesmo em mercados subdesenvolvidos como o do Brasil. Incentivado pela Lei do Bem, o produto foi posicionado para receber isenção e abate de vários tributos na fabricação, o que fez a Foxconn a instalar uma fábrica no país em 2011.

Contudo, isso nunca chegou a ser realidade. Com a crise econômica brasileira encadeando na alta do dólar, o preço dos iPads disparou acima da inflação, enquanto os iPhones mais antigos passaram a ficar mais baratos, corroborando para o afastamento do público, que acabava importando ou comprando fora do país.

O mercado de tablets sofreu uma grande desaceleração nos últimos 3 anos

No auge da produção, em 2012, mais de dois mil trabalhadores chegaram a atuar na montagem do tablet. Porém, nos últimos três anos o eletrônico sofreu uma desaceleração mundial, passando do seu pico de 18,6 milhões de unidades vendidas no primeiro trimestre de 2014 para 10,6 milhões no primeiro de 2017.

O mercado de tablets está em crise?

Embora haja grande desaceleração, ainda há muitas pessoas que utilizam os tablets para diversas finalidades de nicho, sobretudo para consumo de conteúdo. O mercado está encolhendo, no entanto existe oportunidades para novidades, apesar dos lançamentos passarem a ser mais espaçados.

Criar conteúdos específicos para tablets realmente está na contramão das tendências, uma vez que os smartphones ainda continuam bem e estão com expectativas altas de vendas em 2017.  Portanto, se você tem um site ou uma loja virtual, dedicar muita energia e esforço para o formato tablet é um desperdício neste momento. 

O ideal é adotar um design responsivo, ou seja, que se adequa às diferentes resoluções de aparelhos automaticamente para fornecer uma excelente experiência aos usuários. Afinal, não podemos nos esquecer que os celulares top de linha atuais possuem resoluções tão altas ou até maiores do que a maioria tablets. 

Mesmo que o tablet não tenha de fato tomado conta da computação, a navegação mobile continua crescendo absurdamente em acessos. Até o Google anunciou recentemente que o YouTube tem mais usuários consumindo vídeos via celular do que desktop.  

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Fonte: Gazeta do Povo

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